A Literatura Infantil estimula vários sentidos: seu estilo singular
pode mostrar a criança uma nova gramática da comunicação
sem regras fixas unindo, dessa forma, o verbal, o imagético, e o
sensorial
De um livro de sucesso entre crianças
e adolescentes surgiu o filme que é um dos maiores clássicos de todos os
tempos. Talvez o autor do livro (L. Frank Baum) não tivesse idéia da fama que
viria a ser angariada mundo afora por seu livro. Com certeza não imaginava que
iria se tornar um filme. Mas, a partir de sua chegada, "O Mágico de
Oz" conseguiu irradiar entre seu público um pouco de magia, encanto e bons
fluídos.
Enquanto viajávamos pelas páginas do
livro, imaginávamos como seriam os personagens, de Dorothy aos macacos
voadores, do Leão Covarde as Bruxas, do Homem de Lata ao Mágico de Óz e do
Espantalho ao cãozinho de estimação de Dorothy. Os ambientes também tinham que,
necessariamente, serem criados em nossas cabeças, nos forçando a um grande e
saboroso exercício mental. O desenvolvimento da trama, as seqüências de ação ou
de emoção, todas elas dependiam, para ganhar vivacidade, da criatividade de
cada leitor. Reside nessa atuação dos leitores o grande mérito da literatura.
O escritor cria toda uma história e,
os leitores, correspondendo ao trabalho do autor, recriam em suas mentes o que
estão lendo. Tive a oportunidade, quando criança/adolescente, entre meus 10-12
anos, de ler vários clássicos da literatura mundial. Entre eles estava "O
Mágico de Oz". Nunca me esqueci da história e, voltei a me encontrar com
ela quando surgiram os vídeos domésticos. O filme, produzido no final década de
1930, não era reprisado nos cinemas e, para poder vê-lo, somente com o advento
do home vídeo na década de 1980.
Acho que como todo bom leitor,
poderia emendar críticas em relação à produção da Metro. No entanto, do mesmo
modo que a maioria das pessoas, acredito que a versão cinematográfica da
história me agradou plenamente. Talvez algumas coisas pudessem ser alteradas,
no entanto, nada que chegasse a atrapalhar o bom desenvolvimento do filme.
"Criar o hábito da leitura já perdeu o sentido. Queremos que as crianças leiam por prazer ou por costume?"
CRIANÇA PODE adorar livros e histórias, desde que os adultos não atrapalhem. E como temos atrapalhado o que poderia ser uma verdadeira paixão pelos livros!
Ler é bom, precisamos formar leitores, a vida sem a literatura não teria graça, temos de incentivar o hábito da leitura nas crianças e nos jovens etc. Afirmações como essas brotam da boca de pais e de professores assim, sem mais nem menos.
Temos gosto em pegar frases e repeti-las muito, até que elas percam seu sentido, não é verdade? Assim aconteceu com essas e outras afirmações que tratam da importância da leitura na vida dos mais novos: tanto fizemos que conseguimos esvaziar o que elas dizem.
Primeiramente quero falar dessa expressão horrorosa: "Criar o hábito da leitura". Ah! Vamos aproveitar e lembrar outra semelhante: "Criar hábito de estudo".
Nós queremos que as crianças tenham prazer com livros e histórias ou queremos que adquiram um hábito?
Leitura, tanto quanto estudo, não deve ser tratada assim. Um hábito se instala e pouco -quase nada- acrescenta à vida de uma pessoa.
Já o amor, o prazer, o gosto verdadeiro pela leitura ou pelo estudo são capazes de mudar a nossa vida. Ler e estudar devem ser uma escolha, uma vontade, uma busca por algo que não se tem.
O bebê já pode ser introduzido ao mundo dos livros e da leitura. Pais e professores podem começar contando histórias e oferecendo livros para que ele manuseie, explore, se entretenha com esse objeto. E não precisa ser livro de plástico, que produza som ou coisa semelhante. Livro de verdade mesmo, de papel, com figuras bonitas e letras, encanta o bebê.
O escritor Ilan Brenman, apaixonado pela literatura, afirma que um requisito importante para iniciar as crianças no universo da leitura é a beleza do livro. Sim: uma capa bonita já chama a atenção da criança, tanto quanto as ilustrações. Aliás, muitos livros sem palavras são lidos pelas crianças com a maior atenção.
Ainda falando de bebês e crianças muito pequenas: o papel do livro, suas diferentes texturas, odores e cores também já são alvo da curiosidade delas e objeto de pesquisa concentrada.
E o que dizer de livros de histórias que crianças já conhecem e adoram -"Peter Pan" e "Alice no País das Maravilhas", por exemplo- com adaptação em "pop-up"? Imperdíveis, já que encantam crianças e adultos.
Não devemos menosprezar as crianças quando o assunto é história: elas não gostam apenas daquelas que foram escritas para as crianças. Toda a literatura, principalmente a clássica, pode ser oferecida, sem censura.
Tornar a leitura um ato obrigatório é uma dessas manias que nós adotamos com as crianças que prejudicam a descoberta que elas poderiam fazer do prazer da leitura. Tudo bem: isso pode ser feito como tarefa escolar, mas depois, bem depois de oferecer a elas a oportunidade de ler por gosto e não por obrigação, no fim do ensino fundamental, por exemplo.
Finalmente: a literatura não deve servir para moralizar a vida dos mais novos.
Nada de contar histórias que só servem para tentar "ensinar" a criança a ter bons modos, escovar os dentes etc. A educação moral e para a higiene, por exemplo, deve usar outros recursos.
Que tal um programa com seu filho? Visitar uma biblioteca ou uma livraria para procurar um livro bonito e gostoso de ler e de ouvir?
Certamente você e seus filhos irão aprender muito sobre a vida e sobre vocês mesmos nesse programa. E boa viagem!
Texto de Rosely Sayão, psicóloga e autora do livro Como Educar Meu Filho?
Publicado originalmente no Caderno Equilíbrio (pág. 8),
Os 26 estudantes classificados para a segunda etapa do projeto Lápis na Mão fizeram a última redação na manhã de ontem, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), parceira da TV Santa Cruz na promoção do evento, com o apoio da Rota Transportes. O resultado será anunciado no próximo dia 4 de novembro, a partir das 14 horas, no auditório do Centro de Arte e Cultura da Universidade, na rodovia Ilhéus-Itabuna. Serão premiados alunos, professores e escolas vinculados às três melhores redações do ensino fundamental e três do ensino médio.
Este ano, o Lápis na Mão conta com a participação do PROLER – Programa Nacional de Incentivo à Leitura, através do comitê local conveniado à UESC. A realização da segunda etapa foi coordenada pela professora Glória Coelho, do Proler, e pelo professor Samuel Mattos, diretor do Departamento de Letras e Artes da Universidade. O tema surpresa da redação foi “Leitura: uma viagem transformadora.”
O concurso de redação e desenho “Lápis na mão”, promovido pela TV Santa Cruz, em parceria com o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), e com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) foi lançado em Ilhéus. A ação foi dirigida a diretores escolares e coordenadores pedagógicos que serão responsáveis em repassar o kit do material aos professores para idealizar a tarefa nas salas de aula. O tema central do projeto é “Leitura em minha vida e minha vida sem leitura”. A abertura foi na tarde desta terça-feira (22), no auditório da Justiça Federal, centro.
A secretária de Educação, Lidiney Campos, ressaltou que o projeto visa incentivar o aluno ao hábito da leitura. Ela declarou que o objetivo do concurso é incentivar a utilização da escrita e do desenho como forma de comunicação com o estudante e ao mesmo tempo valorizar o professor que forma o cidadão no dia-a-dia. Ao fazer um breve relato do trabalho da leitura já desenvolvido nas escolas da rede municipal, Lidiney Campos disse que embora a TV Santa Cruz já conte com premiação para este projeto, ela irá envidar esforços no sentido de oferecer ainda brindes aos professores como forma de incentivo à ação diária junto aos estudantes.
Lacivane Barreto, supervisora do Departamento de Marketing da TV Santa Cruz, contou que o concurso contempla alunos do ensino médio e fundamental das redes pública e privada. Disse que o certame premia os três primeiros colocados nas categorias de desenho e redação com notebook, TV LCD, smartphone, impressora, mochila e certificado de participação. A premiação se estende ainda ao colégio que receberá troféu como escola-cidadã e o professor-educador. Projeto semelhante foi implantado ano passado no centenário Itabuna.
A primeira etapa do projeto será de 1º a 30 de setembro, nas salas de aula e posteriormente os trabalhos serão enviados aos departamentos de Letras e Artes da Uesc para a análise preliminar. E no dia 12 de outubro os selecionados serão convocados para fazer nova redação e desenho através de tema-surpresa. O intuito é comprovar se o aluno contou ou não com alguma ajuda externa. Já no dia 25 do mesmo mês a TV Santa Cruz fará a divulgação dos vencedores em seus telejornais.